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Audiência no TCE busca solução para evitar que capela histórica seja destruída

​O Tribunal de Contas de Sergipe reuniu nesta quinta feira, 22, representantes de instituições das áreas da cultura, história e meio ambiente e dos poderes Executivo e Legislativo para debaterem as medidas adotadas para prevenir o iminente avanço do mar sobre a capela de Nossa Senhora de Boa Viagem, localizada na Praia do Saco, do município de Estância. A iniciativa partiu da conselheira Susana Azevedo, responsável pela relatoria dos processos da Secretaria do Estado da Cultura.

Além dos membros do próprio Tribunal de Contas e Ministério Público de Contas, estiverem _MG_1488.JPGpresentes representantes das Secretarias de Cultura e Turismo, Adema, Iphan, Prefeitura de Estância, diocese de Estância, Câmara de Vereadores de Estância e representantes da sociedade civil. “Foi um encontro produtivo onde todas essas instituições, que de alguma forma estão relacionadas à questão, puderam colaborar expondo de que forma podem contribuir, quais as soluções possíveis e dificuldades encontradas”, comentou a conselheira.

Durante a reunião, os presentes puderam demonstrar suas contribuições para a preservação da capela, que é patrimônio cultural municipal de Estância. Porém, nenhuma ação de contenção pode ser iniciada sem a autorização da Justiça Federal, devido a proibição de construções na área próxima ao mar da região.
Existe a expectativa de que a decisão do juiz federal da 7ª vara seja tomada nos próximos dias; em caso não favorável às ações de contenção, a conselheira Susana convocará uma nova reunião de urgência para estudarem os próximos passos.

De acordo com o diretor técnico da Adema, Fausto Leite, uma _MG_1634.JPGalternativa viável ambientalmente é a colocação de uma contenção de pedras para frear de maneira paliativa o avanço do mar e preservar a capela.

“Nossos técnicos analisaram que pode ser feita uma medida paliativa, com a colocação das pedras na frente da igrejinha. Acredito que o juiz dê uma liminar favorável à questão, já disponibilizamos técnicos para orientarem a colocação das pedras. O desgaste ambiental é maior com a queda da igreja do que com as tentativas de salvá-la”, afirmou.

Para Dom José Palmeira Lessa, arcebispo emérito da igreja católica, é saudável que tantos representantes se reúnam em favor da preservação de valores e vidas. “É positivo ver os órgãos públicos tendo sensibilidade para os valores em relação à pessoa humana, à história, essa integração em favor do patrimônio cultural. Estamos dependendo da Justiça para que uma ação seja feita, toda uma sociedade que se uniu para salvar uma situação que é sobre a vida das pessoas”.

O pároco Genivaldo dos Santos salientou que a perda da capela _MG_1516.JPGafetaria não apenas o aspecto religioso, mas também a cultura da população local. “A população da região já vem enfrentando problemas por decisões judiciais que impedem o trabalho dos bugueiros, que proíbe moradias dos nativos, agora nossa cultura e história se veem ameaçadas. Queremos agradecer essa iniciativa com muita esperança de que, depois dessa reunião, os órgãos competentes possam levar em conta as questões aqui pontuadas. Rogamos a deus para que tudo concorra para o bem do povo e o bom andamento da nossa região do litoral”.

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